quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Arsenal vs. Spurs

Ontem, foi dia de derby no norte de Londres. Duas equipas rivais encontraram-se e disputaram uma partida para a Capital One Cup. Arsenal, a equipa que apoio, contra o Tottenham no White Hart Lane, o estádio da última equipa. Estes são os jogos que mais gosto de ver. Os jogadores estão mais motivados, tal é a rivalidade, e isso nota-se em campo. No entanto, muitas das vezes as coisas não correm bem e geralmente a culpa é dos adeptos. Desta vez foi, mais uma vez. O Arsenal ganhou, apesar de não ter sido uma vitória fácil. Foi uma boa noite para ver futebol, o ambiente estava incrível, o jogo correu bem destacando-se um golo fantástico que nos levou à vitória. Havia muitos motivos para celebrar mas alguns adeptos do Arsenal não ficaram satisfeitos com a vitória e sentiram também necessidade de começar a destruir o estádio. Porquê? Nem eu sei. São coisas que nem as velhas rivalidades justificam. Não são adeptos, são delinquentes. 
Saí do estádio no momento em que percebi que eles não iam parar. Não queria compactuar com o que estava a acontecer e vim embora, festejar de maneira diferente com os meus amigos. Talvez não seja o melhor exemplo para falar do assunto uma vez que não odeio de morte o Tottenham - e isso, pelos vistos, é obrigatório caso uma pessoa seja adepta do Arsenal. Não simpatizo com a equipa em si mas gosto de alguns dos jogadores. Riu-me de anedotas que me contam sobre eles e até digo algumas piadas, de vez em quando, na brincadeira. Nada mais. Não detesto o clube e é por essa mesma razão que não consegui perceber o que motivou a situação de ontem.
Nem eu nem nenhum adepto do Arsenal gosta de ver o Emirates - o nosso estádio - destruído por adeptos de equipas rivais. As coisas correm sempre bem e o ambiente é sempre incrível quando toda a gente se comporta de forma adequada, como pessoas e não como animais. Num estádio as coisas funcionam como em nossa casa. Ninguém gosta que os seus convidados se portem mal e destruam as suas coisas. Por essa mesma razão, quando vamos a casa dos outros temos que nos saber comportar. A rivalidade não justifica a falta de respeito. Eles perderam mas nós é que ficamos mal vistos.


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Bring Him Home

Depois de ler o livro The Martian fiquei com uma vontade louca mas completamente legítima de ver o filme.  Nunca mais estreia!
Vejam o trailer clicando aqui.


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Boring, Boring Arsenal

Ontem decidi ficar em casa e não aceitei o convite de alguns amigos para ir a Zagreb ver o jogo do Arsenal para a Liga dos Campeões. Ainda bem que não fui. Tinha chegado hoje de madrugada a Londres, mais pobre, cheia de sono e com umas trombas de meio mundo. 


sábado, 12 de setembro de 2015

Saturday Night Fever

 Com as insónias que tenho - o nervosismo causado pela defesa da tese provoca estas coisas - vou aproveitar para ver os Emmys hoje à noite. E, com sorte, ainda consigo ficar acordada para às 6h da manhã ver a corrida de WTCC no Japão. Sempre é melhor do que andar às voltas na cama sem conseguir dormir. 


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Calais - People to People



Refugiados. Muito tenho pensado nos últimos dias sobre eles. Muitas coisas têm acontecido que mexem com a minha cabeça e me deixam com um misto de emoções, sem saber bem o que fazer ou em que acreditar. Esta publicação, porém, não serve para falar sobre nada disso. Não vou expor aqui a minha opinião sobre a entrada dos refugiados na Europa - isso fica para outro dia. Com esta publicação pretendo apenas expressar por palavras aquilo que vi em Calais sem qualquer tipo de propaganda.
Fui para Calais com cinco amigo numa carrinha cheia de alimentos e bens essenciais que conseguimos angariar. Comida, roupa, material de campismo, produtos de higiene e até produtos de lazer tais como livros, rádios e baralhos de cartas... Tudo o que nos foi permitido levar. À nossa espera tínhamos um colega que se prontificou a receber-nos assim que soube da nossa intenção. Já estava em Calais há três meses, na data da nossa chegada, e ainda hoje lá está, sem qualquer intenção de regressar tão cedo. Devido ao facto de ele trabalhar como voluntário para uma das muitas associações que lá existem, tivemos maior facilidade em percebem como é que as coisas estão a funcionar em Calais com os refugiados e o nosso objectivo foi alcançado de forma simples, rápida e eficaz.
Logo no primeiro dia fomos para a  selva - jungle, em inglês, o termo que toda a gente que lá está usa para designar o local onde os refugiados estão agrupados. Não levar bolsas cheias e/ou muito grandes, andar sempre em grupo e sair de lá antes de escurecer. Foram estas três indicações que nos foram dadas à chegada por um refugiado que dava a entender ser um representante do seu grupo. Enquanto nos levava a conhecer a sua família e o resto do acampamento contou-nos que, até então, nunca tinham havido incidentes entre refugiados e voluntários mas o mais seguro era seguir essas três regras de forma a evitar que essa situação fosse alterada. Todas as pessoas foram atenciosas connosco. Alguns falavam um pouco de inglês, outros não falavam mais nenhuma língua sem ser árabe mas, ainda assim, estavam sempre a agradecer-nos e a oferecer-nos de tudo um pouco. Faziam um esforço enorme para comunicar connosco e a hospitalidade não diminuiu quando deixamos de ter coisas connosco para oferecer.
O que mais me chocou foi a miséria em que eles vivem. Estava preparada para o pior mas o que vi foi ainda mais ruim do que aquilo que esperava. Condições sanitárias? Inexistentes. Não havia condições de saúde nem de higiene. As pessoas em Calais vivem como animais e não é por acaso que lhe chamam selva. Os refugiados vivem em tendas, alguns em cabanas improvisadas, mas muitos são os que dormem ao relento. Uns ainda têm sacos cama, outros não. No entanto, quem lá está prefere vivem assim e em paz do que viver nos seus países. Isso foi uma das coisas que mais me tocou.
De tudo o que levamos, pouco foi o que distribuímos diretamente aos refugiados. Alguma comida, doces pelas crianças e sacos-cama por quem sabíamos que estava a dormir ao relento, o  restante foi entregue à associação que nos recebeu, não por ser a opção mais fácil mas sim por ser mais justo. As associações ainda funcionam de forma um pouco desorganizada, tal é a quantidade de donativos que recebem diariamente, mas distribuem as coisas de forma justa e de maneira a chegar a toda a gente. Os processos de distribuição de bens pelos refugiados funcionam por tickets que são distribuídos mensalmente ou semanalmente - dependendo dos tipos de bens a ser distribuídos. No entanto, como não há bens que cheguem para todos, as associações fazem um esforço para ir alterando e não estar sempre a dar tickets às mesmas pessoas - numa semana recebem uns, noutras recebem outros. Porém, quando as pessoas decidem entregar diretamente os bens aos refugiados, sem passar pelas associações, o processo de destruição pode ficar desequilibrado. Algumas pessoas podem receber determinado bem duas ou mais vezes enquanto que outras não recebem nada. Quando nos explicaram esta situação, a nossa decisão de dar quase tudo para a instituição foi imediata. Não nos arrependemos, principalmente pelo facto de eles nos deixarem fazer parte de todo o processo de distribuição. 
Depois de algumas conversas com refugiados, percebi aquilo que todos eles têm em comum: o desejo de ter uma vida normal. Nada mais. Um lar, um trabalho e paz. A felicidade está-lhes estampada no rosto quando recebem um par de sapatos ou um saco de cama para dormirem quentes durante a noite e, apesar de viverem de forma miserável e em condições desumanas, estão melhores aqui do que estavam no país deles. Enquanto esperam que a União Europeia decida o que fazer com eles, vão vivendo o dia a dia da forma mais normal que lhes é possível. Improvisam e constroem casa, igrejas e mesquitas. Alguns vão mais além e criam os seus próprios negócios - há restaurantes, cabeleireiros, e stands de doces para as crianças. Até instituições comunitárias eles construíram! Têm escolas e representantes. É de ressaltar o facto de tudo ter sido construído com o pouco que lhes deram - bocados de madeira e plástico. Vivem em comunidade, não estão separados por religião, e organizaram-se a eles próprios. Com nada, construíram tudo. É este o tipo de pessoas que tanta gente diz não ter nada a oferecer à nossa sociedade?
Acho piada ao facto de agora, que a União Europeia está a abrir as portas aos refugiados, as pessoas se lembrarem que os seus países têm sem-abrigos e pessoas a viver na miséria. Até então, poucas eram as pessoas que se importavam realmente com este problema mas agora está toda a gente muito indignada. Há coisas que não consigo perceber.


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Stand where the others stand, we're alive tonight


Já devia ter falado sobre Calais aqui no blogue mas ainda não consegui. Quero escrever uma publicação imparcial e, por mais que tente, ainda não é possível. Continuo a sentir imensa revolta gerada por tudo o que vi e por todas as notícias que continuam a surgir. Daqui a uns dias poderão ler sobre a minha viagem - aquilo que vi, aquilo que fiz e as pessoas que conheci. Por enquanto ainda não sei como abordar o assunto.